5 de março de 2015
Bertioga vai receber mais de 400 índios durante Festival Nacional da Cultura e Esporte Indígena
O Festival Nacional da Cultura e Esporte Indígena acontece de 17 a 19 de abril. A programação já está sendo preparada pela Prefeitura de Bertioga, por meio da Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura, e Comitê Intertribal – Memória e Ciência Indígena.
Cinco etnias, Pataxó (BA), Paresi (MT), Kayapó (MT), Bororo (MT), Karajá, além dos anfitriões Guarani, já confirmaram presença no evento, que é um dos maiores do país e que envolve cultura, rituais, dança, música, esporte e culinária indígena. Duas outras etnias ainda vão confirmar presença. A previsão é de que mais de 400 índios participem do evento. A programação completa será divulgada oportunamente.
O Festival, que acontece desde o ano de 2001, será realizado na Praça de Eventos, na Praia da Enseada, ao lado do Forte São João, onde será montada uma tenda com arquibancada para aproximadamente cinco mil pessoas. Grande parte da programação também vai acontecer no Parque dos Tupiniquins.
Um dos pontos altos será a realização do Fórum Social Indígena, onde são propostas discussões em torno de assuntos de interesse da comunidade em todo país. O tema do fórum este ano será o I Jogos Mundiais Indígenas, que acontecem em setembro deste ano em Palmas (TO).
A importância do evento foi destacada pelo prefeito Mauro Orlandini, que acredita que o propósito do Festival vai muito além de mostrar a beleza da cultura indígena. “É um congraçamento entre raças e a demonstração do orgulho que temos dos primeiros povos que habitaram essas terras”.
O fortalecimento do turismo no Município foi destacado pelo secretário de Turismo, Esporte e Cultura. “Temos que reforçar também a importância do potencial histórico de Bertioga, um nicho do turismo que pode ser muito bem explorado”, afirmou o secretário, que completou: “sem esquecer nunca o respeito às etnias que nos prestigiam com suas culturas”.
As etnias
Guarani
Também conhecidos como Ava-Chiripa, Ava-Guarani, Xiripa ou Tupi-Guarani, é considerado um dos povos mais populosos do Brasil, somando mais de 30 mil índios. Em Bertioga estão na reserva indígena Rio Silveira, na divisa com o município de São Sebastião, mas existem reservas espalhadas por todo país.
Os Guarani vivem basicamente da agricultura, através do plantio do arroz, da mandioca, entre outros alimentos. Suas danças, cantos e rituais são direcionados ao Deus Tupã, pedindo proteção às pessoas e à natureza.
Kayapó
Os Kayapó vivem no Mato Grosso (MT) e Pará (PA) em aldeias dispersas ao longo do curso superior dos rios Iriri, Bacajá, Fresco e de outros afluentes do rio Xingu. As aldeias são relativamente grandes em relação ao padrão amazônico: se uma aldeia indígena costuma variar entre 30 e 80 pessoas, entre os Kayapó, esse número flutua entre 200 e 500 habitantes.
Os rituais Kayapó são numerosos e diversos, mas sua importância e duração variam fortemente. Dividem-se em três categorias principais: as grandes cerimônias de confirmação de nomes pessoais; certos ritos agrícolas, de caça, de pesca e de ocasião - por exemplo, aqueles realizados quando de um eclipse solar ou lunar - e, enfim, os ritos de passagem.
Paresi halíti
Os Paresi têm uma antiga história de contato com os não-índios. As primeiras referências feitas a eles datam do fim do século XVII e, desde então, o contato foi se intensificando e gerando consequências muitas vezes devastadoras para o povo. Atualmente, os Paresí mostram-se preocupados em manter seus costumes e com a recuperação de outros aspectos que consideram importantes para a manutenção das suas práticas socioculturais, tendo em vista todas as consequências sofridas ao longo da sua história com os não-índios.
Pataxó
Habitantes da região sul da Bahia, o histórico do contato desses grupos com os não-indígenas se caracterizou por expropriações, deslocamentos forçados, transmissão de doenças e assassinatos. A terra que lhes foi reservada pelo Estado em 1926 foi invadida e em grande parte convertida em fazendas particulares. Apenas a partir da década de 1980 teve início um lento e tortuoso processo de retomada dessas terras, cujo desfecho parece ainda longe, permanecendo a Reserva sub-judice.
Bororo
O termo Bororo significa, na língua nativa, "pátio da aldeia". Não por acaso, a tradicional disposição circular das casas faz do pátio o centro da aldeia e espaço ritual desse povo, caracterizado por uma complexa organização social e pela riqueza de sua vida cerimonial.
A despeito de hoje terem direito a um território descontínuo e descaracterizado, o vigor de sua cultura e sua autonomia política têm atuado como armas contra os efeitos predatórios do contato com o "homem branco", que se estende há pelo menos 300 anos.
Cinco etnias, Pataxó (BA), Paresi (MT), Kayapó (MT), Bororo (MT), Karajá, além dos anfitriões Guarani, já confirmaram presença no evento, que é um dos maiores do país e que envolve cultura, rituais, dança, música, esporte e culinária indígena. Duas outras etnias ainda vão confirmar presença. A previsão é de que mais de 400 índios participem do evento. A programação completa será divulgada oportunamente.
O Festival, que acontece desde o ano de 2001, será realizado na Praça de Eventos, na Praia da Enseada, ao lado do Forte São João, onde será montada uma tenda com arquibancada para aproximadamente cinco mil pessoas. Grande parte da programação também vai acontecer no Parque dos Tupiniquins.
Um dos pontos altos será a realização do Fórum Social Indígena, onde são propostas discussões em torno de assuntos de interesse da comunidade em todo país. O tema do fórum este ano será o I Jogos Mundiais Indígenas, que acontecem em setembro deste ano em Palmas (TO).
A importância do evento foi destacada pelo prefeito Mauro Orlandini, que acredita que o propósito do Festival vai muito além de mostrar a beleza da cultura indígena. “É um congraçamento entre raças e a demonstração do orgulho que temos dos primeiros povos que habitaram essas terras”.
O fortalecimento do turismo no Município foi destacado pelo secretário de Turismo, Esporte e Cultura. “Temos que reforçar também a importância do potencial histórico de Bertioga, um nicho do turismo que pode ser muito bem explorado”, afirmou o secretário, que completou: “sem esquecer nunca o respeito às etnias que nos prestigiam com suas culturas”.
As etnias
Guarani
Também conhecidos como Ava-Chiripa, Ava-Guarani, Xiripa ou Tupi-Guarani, é considerado um dos povos mais populosos do Brasil, somando mais de 30 mil índios. Em Bertioga estão na reserva indígena Rio Silveira, na divisa com o município de São Sebastião, mas existem reservas espalhadas por todo país.
Os Guarani vivem basicamente da agricultura, através do plantio do arroz, da mandioca, entre outros alimentos. Suas danças, cantos e rituais são direcionados ao Deus Tupã, pedindo proteção às pessoas e à natureza.
Kayapó
Os Kayapó vivem no Mato Grosso (MT) e Pará (PA) em aldeias dispersas ao longo do curso superior dos rios Iriri, Bacajá, Fresco e de outros afluentes do rio Xingu. As aldeias são relativamente grandes em relação ao padrão amazônico: se uma aldeia indígena costuma variar entre 30 e 80 pessoas, entre os Kayapó, esse número flutua entre 200 e 500 habitantes.
Os rituais Kayapó são numerosos e diversos, mas sua importância e duração variam fortemente. Dividem-se em três categorias principais: as grandes cerimônias de confirmação de nomes pessoais; certos ritos agrícolas, de caça, de pesca e de ocasião - por exemplo, aqueles realizados quando de um eclipse solar ou lunar - e, enfim, os ritos de passagem.
Paresi halíti
Os Paresi têm uma antiga história de contato com os não-índios. As primeiras referências feitas a eles datam do fim do século XVII e, desde então, o contato foi se intensificando e gerando consequências muitas vezes devastadoras para o povo. Atualmente, os Paresí mostram-se preocupados em manter seus costumes e com a recuperação de outros aspectos que consideram importantes para a manutenção das suas práticas socioculturais, tendo em vista todas as consequências sofridas ao longo da sua história com os não-índios.
Pataxó
Habitantes da região sul da Bahia, o histórico do contato desses grupos com os não-indígenas se caracterizou por expropriações, deslocamentos forçados, transmissão de doenças e assassinatos. A terra que lhes foi reservada pelo Estado em 1926 foi invadida e em grande parte convertida em fazendas particulares. Apenas a partir da década de 1980 teve início um lento e tortuoso processo de retomada dessas terras, cujo desfecho parece ainda longe, permanecendo a Reserva sub-judice.
Bororo
O termo Bororo significa, na língua nativa, "pátio da aldeia". Não por acaso, a tradicional disposição circular das casas faz do pátio o centro da aldeia e espaço ritual desse povo, caracterizado por uma complexa organização social e pela riqueza de sua vida cerimonial.
A despeito de hoje terem direito a um território descontínuo e descaracterizado, o vigor de sua cultura e sua autonomia política têm atuado como armas contra os efeitos predatórios do contato com o "homem branco", que se estende há pelo menos 300 anos.