Bertioga tem encenação sobre história da Cidade na sexta (18)

14 de maio de 2018

Bertioga tem encenação sobre história da Cidade na sexta (18)

Bertioga terá, pela primeira vez, uma encenação contando a história da Cidade. É o espetáculo “Bertioga - A História que Conhecemos”, encenado por meio de parceria entre os coletivos artísticos bertioguenses Cia. Objeto de Cena e grupo Alma de Maré. Todos os artistas são locais e a apresentação faz parte das comemorações dos 27 anos de emancipação político administrativa do Município. A realização é da Prefeitura, com a Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura, e apoio do Sesc Bertioga. Em caso de chuva, a apresentação será transferida para a Tenda de Eventos, ao lado do Parque.

O texto e direção são da artista Luísa Helene, com cenários de Daniel Ribeiro – este, ator global que atuou nas novelas Cordel Encantado, no remake de Gabriela, Além do Horizonte, I Love Paraisópolis, A Lei do Amor e Malhação. Ambos são casados e mantêm uma pousada no bairro Guaratuba, onde estão acontecendo os ensaios. Somam-se aos dois na atuação Adriana Simões, Deise Miranda, James Brown, Robson Alexandre e Roseane Luppi.

Os artistas trazem à cena uma perspectiva questionadora do ponto de vista tradicional da História, que coloca homens brancos europeus como heróis e povos nativos como inimigos que tentaram impedir que os colonizadores alcançassem seus objetivos de aquisição de novos territórios. A escolha da comédia como gênero pretende cativar o público, trazendo leveza ao tema e alegria aos expectadores.

No palco que será montado no Parque dos Tupiniquins, o espetáculo deve durar cerca de 1 hora e 40 minutos. O grupo de sete artistas tem se preparado há um mês e manterá o ritmo de ensaios de seis vezes por semana até o dia da apresentação. A preparação do texto levou três meses, incluindo o tempo de pesquisa.

Os expectadores podem esperar um espetáculo com humor, música e história antiga, com pitadas contemporâneas. A obra apresenta elementos de teatro de rua, texto épico e inspiração no teatro brechtiano e peças do dramaturgo brasileiro Luís Alberto de Abreu.

“Abreu trabalha muito a metalinguagem, que é falar do teatro dentro do teatro. A gente brinca com isso, que somos uma trupe de teatro e tem algo meio bufônico nisso, que não sabe muito bem a história. Vamos brincando com isso no meio da narrativa”, promete Helene.

SINOPSE

Uma trupe de atores – cômicos em suas imperfeições – se lança ao desafio de contar ao público a História de Bertioga. Diante das contradições apresentadas pela própria História, os atores se confundem e revelam, “sem querer”, a premissa anunciada pelo título do espetáculo: a História que vamos contando como sendo uma coleção de fatos inquestionáveis, é apenas um ponto de vista dentre muitos outros possíveis dos acontecimentos que se sucederam desde a chegada dos portugueses na região de Buriquioca.

A linguagem do espetáculo liga as histórias clássicas aos dias atuais, criando situações inusitadas e cômicas. Cenário e figurino misturam elementos antigos e contemporâneos, além de trazerem referências familiares às características da população de Bertioga: o turista praiano, o prestador de serviços, o migrante. A direção musical traz a identidade artística do grupo Alma de Maré pela assinatura da musicista Roseane Luppi. Uma mistura atrevida entre as sonoridades indígenas e uma corruptela da música lírica erudita, passando pelos mais diversos ritmos, cria um resultado coerente com a proposta do espetáculo.

A peça começa com a chegada da expedição de Martim Afonso de Souza às terras de Bertioga e o encontro ficcional entre Martim e João Ramalho para a construção do Forte São João, pelas mãos dos irmãos Braga; e termina com a chegada de Hans Staden à Bertioga, com o objetivo de montar guarda no Forte São Filipe (construído na ilha do Guaibê, em frente ao Forte São João) e auxiliar na defesa dos territórios da Capitania de São Vicente, constantemente atacada pelos Franceses e por seus aliados, os índios Tupinambás.

No epílogo, aparecem as histórias dos moradores de Bertioga, hoje. E assim, o espetáculo enaltece as mudanças para o novo e reforça o sentido de pertencimento como o que insufla a vida e move uma cidade.

FICHA TÉCNICA
Todos os profissionais envolvidos nesse projeto são moradores da cidade de Bertioga.
Texto e direção: Luísa Helene.
Atuação: Adriana Simões, Daniel Ribeiro, Deise Miranda, James Brown, Luísa Helene, Roseane Luppi e Robson Alexandre.
Cenografia e Cenotecnia: Daniel Ribeiro.
Iluminação: Daniel Ribeiro e Galvani Luppi.
Direção Musical e composição: Roseane Luppi.
Pesquisa: Luísa Helene, Roseane Luppi e Vilma Navarro.
Consultoria História: Cadu de Castro.
Produção: Bruno D’Ângelo, Daniel Ribeiro, Galvani Luppi, Luísa Helene e Roseane Luppi.
Realização: Cia. Objeto de Cena, Alma de Maré, Prefeitura Municipal de Bertioga e SESC Bertioga.